A Justiça de Votuporanga condenou três pessoas pelo assassinato brutal de uma família de Olímpia. Pai, mãe e a filha adolescente, de 15 anos, foram mortos em dezembro de 2022, durante uma emboscada em um canavial. A juíza Gislaine Faleiros Vendramini, da 1ª Vara Criminal, aplicou penas que variam de 87 a 93 anos de prisão aos envolvidos, destacando a gravidade e a crueldade do crime.
De acordo com a investigação, o homem, identificado como traficante, levou a esposa e a filha para entregar 17 quilos de cocaína, avaliados em R$ 255 mil. Após a transação, a família seguiria para comemorar o aniversário da adolescência em São José do Rio Preto. Porém, o trio criminoso atraiu o homem ao local para roubar a droga.
As informações apuradas indicam que o pai desceu do carro para realizar a entrega e foi alvejado. Com vidros escuros no veículo, os executores possivelmente não identificaram as outras vítimas imediatas. A esposa, ainda com o cinto de segurança, foi atingida dentro do carro, enquanto a filha, no banco traseiro, ajudou a acionar socorro pelo celular, sem sucesso.
Os corpos foram encontrados dias depois, em estado avançado de putrefação, com marcas de tiros e sinais de execução, conforme detalhado nos laudos necroscópicos. O veículo, abandonado próximo ao local, apresentou diversas perfurações de bala. Imagens anexadas ao processo mostram a posição das vítimas: o pai do lado de fora, a mãe no banco da frente e o adolescente no banco traseiro.
A decisão judicial apontou que a quebra do sigilo telefônico foi determinante para a solução do caso. As provas evidenciaram que os acusados planejaram a emboscada, atraindo a vítima sob o pretexto de negociação e disparando contra todos os ocupantes do carro.
João Pedro Teruel e Rogério Schiavo foram condenados a 87 anos e seis meses de prisão cada um, além do pagamento da multa correspondente a 42 dias-multa. Danilo Roberto Barboza da Silva recebeu a pena mais alta: 93 anos e quatro meses de reclusão, também com multa de 42 dias-multa. Todos cumprem as penas em regime fechado.
As investigações revelaram que o crime teve como finalidade o tráfico de drogas. Anderson, que tinha passagens pela polícia por tráfico, transportava maconha no carro na ocasião do assassinato. Dias antes, ele havia tentado contratar uma testemunha para fazer o transporte da droga, mas a pessoa recusou o serviço.
A execução da família foi marcada por extrema violência. Anderson foi o primeiro a ser morto, atingido por sete tiros. Mirele recebeu 13 tiros e, por fim, a adolescente Isabelly, que tentou se esconder embaixo do banco do carro, foi atingida por quatro tiros.
O caso chocou a comunidade de Votuporanga e cidades vizinhas. A notificação dos réus representa um passo importante na busca por justiça, embora o processo ainda não esteja encerrado devido à possibilidade de recurso. Até o momento, os advogados de defesa não se manifestaram.
A sentença, proferida pela juíza Gislaine Faleiros Vendramini, da 1ª Vara Criminal de Votuporanga, apontou que os réus praticaram homicídio qualificado com os agravantes de motivo torpe, emboscada e intenção de garantir a impunidade de outro crime. A defesa dos condenados pode recorrer à decisão.